Quando resolvi trabalhar com suportes pequenos (placas e telas), meu projeto era fazer quadros originais, mais acessíveis e versáteis para compor dentro de espaços personalizados, oferecendo a todas e todos o prazer de ter e investir num objeto de arte exclusivo.
A primeira ideia de pintar pequenas silhuetas respeitando a escala dos pequenos suportes não me ganhou… não conectava com meus trabalhos maiores e me desagradava a visão de uma pintura numa escala tão pequena.
Dialogando com meus trabalhos maiores da série “retratos, recortes e memórias…”
resolvi pintar super closes de retratos com recortes e ângulos inusitados, aproximando a imagem o máximo possível até o ponto que permitisse a identificação das personas. O resultado do primeiro retrato me surpreendeu muito! Realmente sugere o “recorte” de uma grande pintura enquadrado num pequeno quadro!
No entanto, as obras acontecem. Com a base cromática de cada tela, pintei as “molduras” pra acentuar a unicidade da obra. E a pintura resgata do recorte o seu inteiro! Transforma e ressignifica a imagem somando qualidades intrínsecas da sua linguagem pictórica, como também, a possibilidade de novas narrativas e variações.
Em muitos quadros, por exemplo, procurei referências de figuras importantes, famosas ou não, mas marcantes nas potentes variações que desempenham ou desempenharam nas suas vidas. São personagens de filmes e séries, atrizes, atores, figuras folclóricas, cantoras, cantores e outras variações. Peças desse imenso quebra-cabeça criado por minhas vivências sociais, afetivas e espirituais.